O amado
segunda-feira, 18 de maio de 2020
domingo, 9 de fevereiro de 2020
MODELO DE DISSERTAÇÃO NOTA MIL 2018
Tema: "Manipulação do
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet."
É fato que a tecnologia
revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo da saúde,
dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao uso da internet, a
rede potencializou o fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu, por
meio da construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo com os
interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na divulgação
de informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse
sentido, é necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos
educacionais e econômicos.
É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet se aproveita de tal vulnerabilidade e, por intermédio da uma análise dos sites mais visitados por determinado indivíduo, modela o modo de pensar dos cidadãos. Nessa perspectiva, uma analogia com a educação libertadora de Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado - neste caso, a manipulação.
Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, essa situação corrobora o termo "ilusão da contemporaneidade" defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam estar escolhendo um produto diferenciado mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que tem a finalidade de ampliar o consumo.
Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima relação com aspectos educacionais e econômicos. Dessa maneira, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, ensinar os alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos e pela checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico e evitar que os estudantes sejam manipulados. Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode oferecer a disciplina de educação tecnológica por meio de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida.
quarta-feira, 14 de agosto de 2019
O ABUTRE DE KAFKA
O Abutre
Era um abutre que me dava grandes bicadas nos pés. Tinha já dilacerado sapatos e meias e penetrava- me a carne. De vez em quando, inquieto, esvoaçava à minha volta e depois regressava à faina. Passava por ali um senhor que observou a cena por momentos e me perguntou depois como eu podia suportar o abutre.
– É que estou sem defesa – respondi. – Ele veio e atacou-me. Claro que tentei lutar, estrangulá-lo mesmo, mas é muito forte, um bicho destes! Ia até saltar-me à cara, por isso preferi sacrificar os pés. Como vê, estão quase despedaçados.
– Mas deixar-se torturar dessa maneira! – disse o senhor. – Basta um tiro e pronto!
– Acha que sim? – disse eu. – Quer o senhor disparar o tiro?
– Certamente – disse o senhor. – É só ir a casa buscar a espingarda. Consegue agüentar meia hora?
– Não sei lhe dizer. – respondi.
Mas sentindo uma dor pavorosa, acrescentei:
– De qualquer modo, vá, peço-lhe.
– Bem – disse o senhor. – Vou o mais depressa possível.
O abutre escutara tranqüilamente a conversa, fitando-nos alternadamente. Vi então que ele percebera tudo. Elevou-se com um bater de asas e depois, empinando-se para tomar impulso, como um lançador de dardo, enfiou-me o bico pela boca até ao mais profundo do meu ser. Ao cair senti, com que alívio, que o abutre se engolfava impiedosamente nos abismos infinitos do meu sangue.
Franz Kafka
quinta-feira, 25 de julho de 2019
quinta-feira, 16 de maio de 2019
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
ESTRUTURA DE UM PARÁGRAFO ARGUMENTATIVO
I – O Parágrafo
Os parágrafos são como “prateleiras” que dividem uma sequencia de informações
ou pensamentos. Servem para facilitar a compreensão e a leitura do texto, dar
folga ao leitor, que acompanha, passo a passo, a linha de raciocínio
desenvolvida pelo escritor. O texto sem parágrafo é indigesto. Ler um livro sem
parágrafos é um processo cansativo, tedioso e de difícil compreensão.
Até a Idade Média, os textos eram escritos sem ponto, vírgula, ponto-e-vírgula,
letras maiúsculas ou parágrafos. A dificuldade na leitura obrigou a criação
desses instrumentos de divisão.
Parágrafo e texto
Em relação à obra escrita, os parágrafos representam parcelas ou blocos
relacionados, progressivamente, uns com os outros, isto é, eles são dinâmicos e
avançam logicamente numa determinada direção, desde o parágrafo introdutório até
o último parágrafo, cada um dependendo do outro. Não se tratam, pois, de
divisões estáticas, mas progressivas, onde o parágrafo seguinte mantém
determinada relação com o parágrafo anterior, cada um com a ideia central ao
redor da qual giram outras ideias secundárias. E o instrumento que serve para
dividir o texto em parágrafos é um determinado critério lógico; conforme o
critério lógico adotado, o trabalho escrito terá muitos ou poucos parágrafos,
longos, curtos ou médios.
Estrutura interna do parágrafo
Em relação à estrutura interna, o parágrafo é um grupo de períodos relacionados
uns com os outros e governados por uma ideia central, formando uma sequencia
unida, coerente e consistente de ideias associadas entre si. O conceito de
parágrafo possui dois princípios:
1) Todas as ideias devem estar
organizadas e concentradas ao redor de uma ideia
central para formar um raciocínio.
2) Cada parágrafo deve se relacionar
com o parágrafo anterior. O primeiro parágrafo apresenta o raciocínio geral,
com uma ideia principal e introdutória; o segundo parágrafo relaciona-se com o
primeiro, o terceiro relaciona-se com o segundo, numa cadeia de raciocínios. O
último parágrafo fecha o ciclo de raciocínios e constitui a conclusão. O
entrelaçamento de um parágrafo com outro, ou a ligação de um raciocínio com
outro, dá coesão ao texto.
Há vários tipos de parágrafo. Além do parágrafo introdutório e do conclusivo,
há o parágrafo expositivo e argumentativo (próprio da dissertação), descritivo
(próprio da descrição) e narrativo (próprio da narração), os quais podem se
subdividir para definir um termo, fazer comparação, contar anedota, eliminar
alternativas, apresentar causa e efeito, classificar, dividir...
O número de parágrafos existentes no texto depende do tamanho do texto. O texto pequeno deve conter poucos parágrafos, o
texto longo deve conter muitos parágrafos. O tamanho do parágrafo varia de
acordo com as circunstâncias: um texto é formado por parágrafos curtos, longos
ou intermediários, dependendo da ideia central desenvolvida pelo escritor, da
audiência do escritor (os leitores) e do veículo onde vai ser publicado o
texto.
II – O parágrafo padrão
Há várias maneiras de se organizar um parágrafo (unidade de pensamento),
contudo o parágrafo padronizado apresenta as seguintes partes principais:
tópico frasal, desenvolvimento e conclusão (opcional).
O escritor deve apresentar a ideia central (normalmente por intermédio de um
período) e construir ideias secundárias (por intermédio de outros períodos)
orientadas para a ideia central, de modo a formar um raciocínio completo.
Veja o parágrafo abaixo e perceba sua organização:
A educação é o caminho mais eficiente para a justiça social. [ideia-núcleo] Estudo e cultura tendem a
aproximar os homens [ideia secundária],
fazendo-os não só mais solidários [ideia
secundária], como também mais preocupados com a evolução uniforme da sociedade
[ideia secundária]. Assim, o
equilíbrio dos direitos e a distribuição de renda proporcionam a ansiada
igualdade [conclusão].
Tópico frasal
Todo parágrafo normalmente deve girar em torno de uma ideia principal: tópico
frasal (TF). Essa ideia sintetiza o conteúdo do parágrafo, na medida em que
expressa, de maneira sucinta, a informação mais relevante do mesmo. Ela orienta
ou governa o resto do parágrafo. A partir do período-tópico nascem outros
períodos secundários ou periféricos.
Nem todo parágrafo apresenta essa característica: algumas vezes a ideia-núcleo
está como diluída nele ou já expressa num dos parágrafos precedentes.
O tópico frasal pode aparecer, quando explícito, em qualquer posição: início
(posição mais recorrente nos textos de um modo geral), meio ou fim.
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