quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DISSERTAÇÃO MODELO



AOS QUE ESTÃO INTERESSADOS POSTO UM MODELO DE DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

"Ontem simples, fortes, bravos. /Hoje míseros escravos, /Sem luz, sem ar, sem razão." Castro Alves, em seu Navio Negreiro, faz uma síntese da situação do negro escravo no século XIX. Atualmente, o poeta condoreiro, apaixonado defensor de minorias, também teria inspiração para versos como esses, pois, no Brasil, pessoas são submetidas a trabalhos forçados, devido, principalmente, ao grande número de miseráveis e à impunidade.
Sexo masculino, analfabeto funcional, oriundo das áreas mais pobres do País, paupérrimo: esse é o perfil do trabalhador escravo do Brasil atualmente, de acordo com o Atlas do Trabalho Escravo no Brasil. Facilmente aliciado por salários impossíveis de serem oferecidos em sua terra natal, esse trabalhador é levado, geralmente, para lugares longínquos do País. Lá, são mantidos por suas dívidas com transporte, alimentação e moradia, tudo sob ameaça de capatazes. Mas, evidentemente, isso só acontece porque ainda há, no Brasil, cerca de 8,5% da população na linha de extrema pobreza.
Além disso, a legislação é ainda ineficiente quanto à punição do explorador, que detém poder e dinheiro. A prova é que quase metade dos empregadores incluídos na chamada "lista suja" do trabalho escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego, ainda não responde pelo crime na Justiça. E, quando responde, são aplicadas penas alternativas, o que faz com que, evidentemente, a situação se agrave. Ademais, a corrupção e, em alguns casos, a coerção dos fiscais protela o cumprimento dessa lei, que tem como forma de punir a reclusão por dois até oito anos.
Nesse cenário, é preciso que se invistam em planos realmente eficientes contra a miséria, por meio dos quais as pessoas tenham acesso, principalmente, à educação de qualidade. Assim, essas pessoas poderão conseguir empregos decentes, os quais darão condições de se conquistarem os direitos mais básicos, como alimentação e saúde. Além disso, uma legislação possível de ser posta em prática é imprescindível, ainda mais se acompanhada da consciência política da população de que deve, sim, fiscalizar e denunciar os exploradores. Só assim, os navios negreiros modernos não precisarão de Castros Alves para serem cantados.

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