CONCORDÂNCIA
VERBAL
SUJEITO
CONSTITUÍDO PELOS PRONOMES QUE & QUEM
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o
antecedente do pronome relativo.
- Fui eu
que falei. (eu falei)
- Fomos nós que falamos. (nós falamos)
- Fomos nós que falamos. (nós falamos)
QUEM: se o sujeito for o pronome
relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular ou concordará com
o antecedente do pronome (pouco usado).
- Fui eu
quem falou. (ele (3ª pessoa) falou)
Obs: nas
expressões “um dos que”, “uma das que”, o verbo deve ir para o plural. Porém,
alguns estudiosos e escritores aceitam ou usam a
concordância no singular.
- João
foi um dos que saíram.
PRONOME
DE TRATAMENTO
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (ele – eles).
- Vossa
Alteza deve viajar.
- Vossas Altezas devem viajar.
- Vossas Altezas devem viajar.
DAR –
BATER – SOAR
(indicando horas)
Quando houver sujeito (relógio, sino) os verbos concordam normalmente com ele.
- O
relógio deu onze horas.
- O Relógio: sujeito
- O Relógio: sujeito
Deu: concorda com o sujeito.
Quando
não houver sujeito, o verbo concorda com as horas que passam a ser o sujeito da
oração.
- Deram
onze horas.
- Deram três horas no meu relógio.
- Deram três horas no meu relógio.
SUJEITO
COLETIVO (SUJEITO SIMPLES)
- O
cardum- e escapou da rede.
- Os cardumes escaparam da rede.
- Os cardumes escaparam da rede.
Nesses
dois exemplos o verbo concordou com o coletivo (sujeito simples).
Quando o
sujeito é formado de um coletivo singular seguido de complemento no plural,
admitem-se duas concordâncias:
1ª) verbo
no singular.
- O bando
de passarinhos cantava no jardim.
- Um grupo de professores acompanhou os estudantes.
- Um grupo de professores acompanhou os estudantes.
2ª) o
verbo pode ficar no plural, nesse caso o verbo no plural dará ênfase ao
complemento.
- O bando
de passarinhos cantavam no jardim.
- Um grupo de professores acompanharam os estudantes
- Um grupo de professores acompanharam os estudantes
SE
Verbos transitivos diretos e verbos transitivos diretos e indiretos + – se:
Se o
termo que recebe a ação estiver no plural, o verbo deve ir para o plural, se
estiver no singular, o verbo deve ir para o singular.
-
Alugam-se cavalos.
“Alugar”
é verbo transitivo direto.
“Cavalos” recebe a ação e está no plural, logo o verbo vai para o plural.
“Cavalos” recebe a ação e está no plural, logo o verbo vai para o plural.
Aqui o
“se” é chamado de partícula apassivadora (Cavalos são alugados).
Outros
exemplos:
-
Vendem-se casas.
- Alugam-se apartamentos.
- Exigem-se referências.
- Consertam-se pianos.
- Plastificam-se documentos.
- Entregou-se uma flor à mulher. (verbo transitivo direto e indireto)
- Alugam-se apartamentos.
- Exigem-se referências.
- Consertam-se pianos.
- Plastificam-se documentos.
- Entregou-se uma flor à mulher. (verbo transitivo direto e indireto)
OBS:
Somente os verbos transitivos diretos têm voz passiva.
Qualquer
outro tipo de verbo (transitivo indireto ou intransitivo) fica no
singular.
-
Precisa-se de professores. (Precisar é verbo transitivo indireto)
- Trabalha-se muito aqui. (trabalhar é verbo intransitivo)
- Trabalha-se muito aqui. (trabalhar é verbo intransitivo)
Nesse
caso, o “se” é chamado de índice de indeterminação do sujeito ou partícula
indeterminadora do sujeito.
HAVER –
FAZER
“Haver”
no sentido de “existir”, indicando “tempo” ou no sentido de “ocorrer” ficará na
terceira pessoa do singular. É impessoal, ou seja, não admite sujeito.
“Fazer”
quando indica “tempo” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e deverá
ficar na terceira pessoa do singular.
- Nesta
sala há bons e maus alunos. (= existe)
- Já houve muitos acidentes aqui. (= ocorrer)
- Faz 10 anos que me formei. (= tempo decorrido)
- Já houve muitos acidentes aqui. (= ocorrer)
- Faz 10 anos que me formei. (= tempo decorrido)
SUJEITO
COMPOSTO RESUMIDO POR UM INDEFINIDO
O verbo concordará com o indefinido.
- Tudo,
jornais, revistas, TV, só trazia boas noticias.
- Ninguém, amigos, primos, irmãos veio visitá-lo.
- Amigos, irmãos, primos, todos foram viajar.
- Ninguém, amigos, primos, irmãos veio visitá-lo.
- Amigos, irmãos, primos, todos foram viajar.
PESSOAS
DIFERENTES
O verbo
flexiona-se no plural na pessoa que prevalece (a 1ª sobre a 2ª e a 2ª sobre a
3ª).
Eu e tu:
nós
Eu e você: nós
Ela e eu: nós
Tu e ele: vós
Eu e você: nós
Ela e eu: nós
Tu e ele: vós
- Eu, tu
e ele resolvemos o mistério. (1ª pessoa prevalece)
- O diretor, tu e eu saímos apressados. (1ª pessoa prevalece)
- O professor e eu fomos à reunião. (1ª pessoa prevalece)
- Tu e ele deveis fazer a tarefa. (2ª pessoa prevalece)
- O diretor, tu e eu saímos apressados. (1ª pessoa prevalece)
- O professor e eu fomos à reunião. (1ª pessoa prevalece)
- Tu e ele deveis fazer a tarefa. (2ª pessoa prevalece)
Obs: como
a 2ª pessoa do plural (vós) é muito pouco usado na língua contemporânea , é
preferível usar a 3ª pessoa quando ocorre a 2ª com a 3ª.
- Tu e
ele riam à beça.
- Em que língua tu e ele falavam?
- Em que língua tu e ele falavam?
Podemos
também substituir o “tu” por “você”.
- Você e
ele: vocês
NOMES
PRÓPRIOS NO PLURAL
Se o nome vier antecedido de artigo no plural, o verbo deverá concordar no
plural.
- Os
Andes ficam na América do Sul.
Se não
houver artigo no plural, o verbo deverá concordar no singular.
- Santos
fica em São Paulo.
- “Memórias Póstumas de Brás Cubas” consagrou Machado de Assis.
Obs 1:
Com nome de obras artísticas, admite-se a concordância ideológica com a palavra
“obra”, que está implícita na frase.
- “Os
Lusíadas” imortalizou Camões.
Obs 2:
Com o verbo “ser” e o predicativo no singular,
o verbo fica no singular.
“Os
Lusíadas” é a maior obra da Literatura Portuguesa.
- Os EUA
já foi o primeiro mercado consumidor.
SER
O verbo
“ser” concordará com o predicativo quando o sujeito for o pronome interrogativo “que” ou “quem”.
- Quem
são os eleitos?
- Que seriam aqueles ruídos estranhos?
- Que são dois meses?
- Que são células?
- Quem foram os responsáveis?
- Que seriam aqueles ruídos estranhos?
- Que são dois meses?
- Que são células?
- Quem foram os responsáveis?
Quando o
verbo “ser” indicar tempo, data, dias ou distância, deve concordar com a
apalavra seguinte.
- É uma
hora.
- São duas horas.
- São nove e quinze da noite.
- É um minuto para as três.
- Já são dez para uma.
- Da praia até a nossa casa, são cinco minutos.
- Hoje é ou são 14 de julho?
- São duas horas.
- São nove e quinze da noite.
- É um minuto para as três.
- Já são dez para uma.
- Da praia até a nossa casa, são cinco minutos.
- Hoje é ou são 14 de julho?
Em relação
às datas, quando a palavra “dia” não está expressa, a concordância é
facultativa.
Se um dos
elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal, o verbo concordará com
ele.
- Eu sou
o chefe.
- Nós somos os responsáveis.
- Eu sou a diretora.
- Nós somos os responsáveis.
- Eu sou a diretora.
Quando o
sujeito é um dos pronomes isto, isso, aquilo, o, tudo, o verbo “ser” concordará
com o predicativo.
- Tudo
são flores.
- Isso são lembranças de viagens.
- Isso são lembranças de viagens.
Pode
ocorrer também o verbo no singular concordando com o pronome (raro).
- Tudo é
flores.
Quando o
verbo “ser” aparece nas expressões “é muito”, “é bastante”, “é pouco”, “é
suficiente” denotando quantidade, distância, peso, etc ele ficará no singular.
-
Oitocentos reais é muito.
- Cinco quilos é suficiente.
- Cinco quilos é suficiente.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Nada
mais é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem
em gênero e número com o substantivo.
Teremos
que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome.
Além
disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira, merecendo um estudo separado de concordância verbal.
REGRA
GERAL: O
artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o
substantivo.
- A
pequena criança é uma gracinha.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
CASOS
ESPECIAIS: Veremos
alguns casos que fogem à regra geral, mostrada acima.
a) Um
adjetivo após vários substantivos
1 –
Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o
substantivo mais próximo.
- Irmão e
primo recém-chegado estiveram aqui.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
2 –
Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com
o substantivo mais próximo.
- Ela tem
pai e mãe louros.
- Ela tem pai e mãe loura.
- Ela tem pai e mãe loura.
3 –
Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para o plural.
- O homem
e o menino estavam perdidos.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
b) Um
adjetivo anteposto a vários substantivos
1 –
Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo.
Comi
delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco.
Provei deliciosa fruta e suco.
2 –
Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou
vai para o plural.
Estavam
feridos o pai e os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.
c) Um
substantivo e mais de um adjetivo
1-
antecede todos os adjetivos com um artigo.
Falava
fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
2- coloca
o substantivo no plural.
Falava
fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
1 –
sempre concordam com a 3ª pessoa.
Vossa
santidade esteve no Brasil.
e) Anexo,
incluso, próprio, obrigado
1 –
Concordam com o substantivo a que se referem.
As cartas
estão anexas.
A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios.
Obrigado, disse o rapaz.
A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios.
Obrigado, disse o rapaz.
f) Um(a)
e outro(a), num(a) e noutro(a)
1 – Após
essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural.
Renato
advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
g) É
bom, é necessário, é proibido
1- Essas
expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro
determinante.
Canja é
bom. / A canja é boa.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida.
h) Muito,
pouco, caro
1- Como
adjetivos: seguem a regra geral.
Comi
muitas frutas durante a viagem.
Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros.
Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros.
2- Como
advérbios: são invariáveis.
Comi
muito durante a viagem.
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
i) Mesmo,
bastante
1- Como
advérbios: invariáveis
Preciso
mesmo da sua ajuda.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
2- Como
pronomes: seguem a regra geral.
Seus
argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
j) Menos,
alerta
1- Em
todas as ocasiões são invariáveis.
Preciso
de menos comida para perder peso.
Estamos alerta para com suas chamadas.
Estamos alerta para com suas chamadas.
k) Tal
Qual
1- “Tal”
concorda com o antecedente, “qual” concorda com o conseqüente.
As
garotas são vaidosas tais qual a tia.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
l) Possível
1- Quando
vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que
precede as expressões.
A mais
possível das alternativas é a que você expôs.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade.
m) Meio
1- Como
advérbio: invariável.
Estou
meio insegura.
2- Como
numeral: segue a regra geral.
Comi meia
laranja pela manhã.
n) Só
1-
apenas, somente (advérbio): invariável.
Só
consegui comprar uma passagem.
2- sozinho
(adjetivo): variável.
Estiveram
sós durante horas.
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