PERÍODO SIMPLES
(TIPOS DE SUJEITO)
As partes que
formam as orações são chamadas dentro da Sintaxe de termos. Observe que
não é apenas a palavra que importa nesse estudo, mas a relação entre uma e
outra palavra; exemplificando:
Eu ganhei uma blusa.
(blusa = substantivo
= objeto dessa oração)
A blusa era
nova.
(blusa = substantivo
= sujeito dessa oração)
O número de palavras
que uma oração contém não expressa, necessariamente, o número de termos.
O pequeno João
comprou os livros solicitados.
3 palavras = sujeito
4 palavras=predicado
Claro que quanto mais
se dividir os termos da oração, achando seus núcleos, mais se reduzirá o número
de palavras a um representar outro termo. Ainda utilizando o exemplo acima:
O pequeno João
comprou os livros solicitados.
3 palavras = sujeito
simples 4 palavras=predicado verbal
João= núcleo do suj.
comprou= núcleo do pred.
o=adjunto adnominal
os livros solicitados= objeto direto
pequeno=adj.adnominal
livros= núcleo do OD
os= adjunto adnominal
solicitados= adjunto adnominal
Calma. Para refazer a
análise em qualquer oração basta começar analisando os núcleos e identificar a
função dos temos que sobram até chegar à última palavra da oração.
Vamos estudar a
função que cada uma das palavras pode exercer, a partir de três grupos de
termos:
a. Termos essenciais:
Sujeito e Predicado.
b. Termos integrantes:
Complementos Verbais, Complemento Nominal, Agente da passiva.
c. Termos acessórios:
Adjuntos e Aposto.
III. Estudo do
Sujeito.
Sujeito: termo sobre o qual se
declara algo. Observe que é considerado essencial na oração; normalmente, o
verbo concorda com o sujeito, então, tente primeiro identificar o verbo.
1. Simples: apresenta um único
núcleo.
“Jorge tirava as
luvas, calado.”
2. Composto: apresenta
dois ou mais núcleos.
“Àquela hora D.
Felicidade e Luísa chegavam ao Passeio.”
3. Oculto,
elíptico (implícito) ou desinencial (não consta na NGB – Nomenclatura
Gramatical Brasileira): ocorre quando a terminação verbal indica o pronome
pessoal; ou, interpretasse o sujeito através do contexto.
“Pelas três da tarde, Juliana
entrou na cozinha e atirou-se para uma cadeira, derreada.”
Sabemos, pelo
contexto, que foi “Juliana” quem se atirou na cadeira. “Juliana”
será sujeito simples para o verbo entrar e o sujeito do verbo atira-se.
Subentende-se; por isso é chamado elíptico.
O sujeito simples,
o composto e o oculto, na Gramática, são chamados determinados.
4. Por vezes, o
sujeito da oração não é determinado: ou porque o emissor não quer
identificá-lo ou porque não se sabe, precisamente, quem é ele; informa-se a
ação feita por este sujeito.
Indeterminado:
“Cortaram-me o
cabelo...- murmurou tristemente.”
“No Rocio, sob as
árvores, passeava-se; pelos bancos gente parecia dormitar...”
Observe as estruturas
das orações com sujeito indeterminado:
1. verbo na 3a do plural (sem referência a
sujeito no contexto)
2. verbo na 3a do singular + se
(não transitivo
direto) (índice de indeterminação do sujeito)
Importante notar que
o verbo da 2a
estrutura
não poderá ser VTD ou VTDI. O motivo é simples: a estrutura VTD + SE forma
VOZ PASSIVA SINTÉTICA – matéria que será estudada posteriormente; mas, você já
pode guardar essa informação: na voz passiva, o objeto direto (complemento
verbal) passará sempre a sujeito paciente. Essa é a característica
principal da voz passiva; portanto, se o objeto será o sujeito, não se pode
falar em sujeito indeterminado – ele será paciente (não faz ação), simples ou composto.
Vamos ver um exemplo
dessa ocorrência:
a. O aluno comprou um livro.
(Voz Ativa – sujeito é agente)
b.Um livro foi comprado pelo
aluno. (Voz Passiva Analítica – sujeito é paciente)
c.Comprou-se um
livro. (Voz Passiva Sintética)
Os termos em destaque
nas orações acima têm função de sujeito. Veja: “um livro” era objeto direto na
oração 1 e passou a ser sujeito nas orações 2 e 3.
5. Oração sem sujeito
– Sujeito Inexistente.
Já sabemos qual a
definição mais comum nas Gramáticas sobre sujeito: trata-se de um termo
essencial sobre o qual se declara “algo”; porém, com razão, muitos estudiosos
da língua acreditam ser equivocada essa definição. Basta verificar que, em
nossa língua, existe a oração sem sujeito, portanto, não se pode afirmar
que o sujeito é essencial; poder-se-ia dizer que o essencial é classificar
o sujeito – esta, sim, uma afirmação que podemos fazer sem risco de errar.
Na oração sem
sujeito, não um termo sobre o qual se declare algo; simplesmente, faz-se uma
declaração, informa-se alguma coisa, trata-se de uma constatação. Tanto é assim
que os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: não admitem
sujeito, por quê? Porque se diz “chove
forte”, constata-se o fenômeno natural. E se seguirmos a definição convencional
de sujeito, procurando nesta frase sobre o que se está falando,
chegaremos à conclusão de que se está falando do próprio fenômeno, que é
expresso pelo verbo e não por um
substantivo ou
pronome. Diferente seria afirmar “a chuva
está forte”, aqui se está afirmando algo sobre “a chuva”.
Feita essa
introdução, você deverá preocupar-se em perceber quais as estruturas verbais
que representarão as orações sem sujeito. Fique atento às estruturas e ao sentido.
Sempre encontraremos orações
sem sujeito com o verbo HAVER, desde que ele esteja no sentido de
existir, ocorrer (realizar), acontecer ou indicando tempo passado. Veja alguns
exemplos:
Havia muitos curiosos na
rua.
(HAVER - no sentido
de existir)
Há um ano não nos
encontrávamos.
(HAVER - indicando
tempo passado)
II. Outras estruturas
de oração sem sujeito
O verbo SER,
quando usado para indicar circunstâncias ligadas a tempo, clima, distância e
indicação de horas.
São 7 horas.
(SER – indicando
horas, distância, temperatura)
Chovia naquela noite.
(Fenômenos da
natureza)
Atenção também aos
verbos FAZER e ESTAR, indicando circunstâncias relacionadas a
tempo ou clima.
Fazia calor na sala.
(FAZER – indicando
tempo passado ou clima)
Está 30o graus em São Paulo.
(ESTAR – indicando
clima)
III. Concordância dos
verbos impessoais - HAVER
O verbo HAVER, quando
impessoal, não admite sujeito e deverá ser flexionado na 3ª pessoa do singular.
Havia muitos alunos na
sala.(CORRETA)
Haviam muitos alunos
na sala.(INCORRETA)
O verbo HAVER nem
sempre será impessoal, pois ele poderá ser empregado como auxiliar nos tempos
compostos será flexionado no plural, se houver um sujeito plural.
Os alunos haviam
feito várias perguntas ao professor.
IV. Regra geral de
Concordância Verbal:
verbo concorda com o sujeito.
Existiam muitos
alunos na sala.(CORRETA)
(Sujeito)
Existia muitos
alunos na sala.(INCORRETA)
OUTROS VERBOS
IMPESSOAIS
Os verbos que indicam
FENÔMENOS DA NATUREZA são impessoais, não admitem sujeito e devem ficar na
terceira pessoa do singular. É o que se ocorre com os verbos: chover, gear,
nevar, trovejar, amanhecer, anoitecer, relampejar. Preste atenção ao verbo
quando usado em sentido figurado; neste caso, ele concordará com o sujeito
presente na oração:
“Choveram comentários
sobre você”; na frase, o sujeito é comentários, por isso o verbo foi
colocado no plural.
O verbo FAZER, ao
indicar tempo decorrido, não admite plural, pois não possui sujeito, deve ser
usado na 3a. pessoa do singular,
tal qual o HAVER.
Faz dois anos que não
o encontro.(CORRETA) – “dois anos” é
o objeto do verbo.
Fazem dois anos que
não o encontro.(INCORRETA)
III. Verbos
impessoais, formando locução verbal:
O verbo principal, o
último escrito na locução verbal (auxiliar + verbo principal), será aquele a
indicar qual deverá ser a flexão do verbo auxiliar: assim, se o verbo principal
for um impessoal, o auxiliar também o será; se o principal for pessoal, o
auxiliar concordará com o sujeito presente.
Deve haver questões
mais simples. (Oração sem sujeito)
Devem existir questões
mais simples.(Sujeito é “questões”)
Há de haver questões
mais simples. (Oração sem sujeito)
Hão de existir questões
mais simples.(Sujeito é “questões”)
VI. O verbo SER
concorda com predicativo (representado por indicação numérica).
O verbo SER “escapa”
da regra dos impessoais.
São 7 horas.
Amanhã serão 27
de março.
Eram 13 quilômetros até
sua casa.
Devem ser 2 horas agora.
VII. Casos especiais:
1.Verbos em sentido
figurado: concordam com o sujeito.
Choveram comentários
sobre as circunstâncias do fato.
(sujeito)
2.Verbo TER usado
como HAVER: torna-se impessoal.
Tinha muitas testemunhas no
local.
3.Verbos PARECER e
FICAR:
Parecia noite, de tantas
nuvens escuras.
De repente, ficou dia.
4.Verbos BASTAR e
CHEGAR + DE:
Basta de violência!
Chega de tanta confusão!
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