sexta-feira, 10 de agosto de 2012


PERÍODO SIMPLES 
(TIPOS DE SUJEITO)

As partes que formam as orações são chamadas dentro da Sintaxe de termos. Observe que não é apenas a palavra que importa nesse estudo, mas a relação entre uma e outra palavra; exemplificando:

Eu ganhei uma blusa.
(blusa = substantivo = objeto dessa oração)

A blusa era nova.
(blusa = substantivo = sujeito dessa oração)

O número de palavras que uma oração contém não expressa, necessariamente, o número de termos.

O pequeno João comprou os livros solicitados.
3 palavras = sujeito 4 palavras=predicado

Claro que quanto mais se dividir os termos da oração, achando seus núcleos, mais se reduzirá o número de palavras a um representar outro termo. Ainda utilizando o exemplo acima:

O pequeno João comprou os livros solicitados.
3 palavras = sujeito simples 4 palavras=predicado verbal
João= núcleo do suj. comprou= núcleo do pred.
o=adjunto adnominal os livros solicitados= objeto direto
pequeno=adj.adnominal livros= núcleo do OD
os= adjunto adnominal
solicitados= adjunto adnominal

Calma. Para refazer a análise em qualquer oração basta começar analisando os núcleos e identificar a função dos temos que sobram até chegar à última palavra da oração.

Vamos estudar a função que cada uma das palavras pode exercer, a partir de três grupos de termos:

a. Termos essenciais: Sujeito e Predicado.

b. Termos integrantes: Complementos Verbais, Complemento Nominal, Agente da passiva.

c. Termos acessórios: Adjuntos e Aposto.

III. Estudo do Sujeito.

Sujeito: termo sobre o qual se declara algo. Observe que é considerado essencial na oração; normalmente, o verbo concorda com o sujeito, então, tente primeiro identificar o verbo.

1. Simples: apresenta um único núcleo.

“Jorge tirava as luvas, calado.”

2. Composto: apresenta dois ou mais núcleos.

“Àquela hora D. Felicidade e Luísa chegavam ao Passeio.”

3. Oculto, elíptico (implícito) ou desinencial (não consta na NGB – Nomenclatura Gramatical Brasileira): ocorre quando a terminação verbal indica o pronome pessoal; ou, interpretasse o sujeito através do contexto.

Pelas três da tarde, Juliana entrou na cozinha e atirou-se para uma cadeira, derreada.”

Sabemos, pelo contexto, que foi “Juliana” quem se atirou na cadeira. “Juliana” será sujeito simples para o verbo entrar e o sujeito do verbo atira-se. Subentende-se; por isso é chamado elíptico.

O sujeito simples, o composto e o oculto, na Gramática, são chamados determinados.

4. Por vezes, o sujeito da oração não é determinado: ou porque o emissor não quer identificá-lo ou porque não se sabe, precisamente, quem é ele; informa-se a ação feita por este sujeito.

Indeterminado:

Cortaram-me o cabelo...- murmurou tristemente.”

No Rocio, sob as árvores, passeava-se; pelos bancos gente parecia dormitar...”

Observe as estruturas das orações com sujeito indeterminado:

1. verbo na 3a do plural (sem referência a sujeito no contexto)

2. verbo na 3a do singular + se
(não transitivo direto) (índice de indeterminação do sujeito)

Importante notar que o verbo da 2a estrutura não poderá ser VTD ou VTDI. O motivo é simples: a estrutura VTD + SE forma VOZ PASSIVA SINTÉTICA – matéria que será estudada posteriormente; mas, você já pode guardar essa informação: na voz passiva, o objeto direto (complemento verbal) passará sempre a sujeito paciente. Essa é a característica principal da voz passiva; portanto, se o objeto será o sujeito, não se pode falar em sujeito indeterminado – ele será paciente (não faz ação), simples ou composto.

Vamos ver um exemplo dessa ocorrência:

a. O aluno comprou um livro. (Voz Ativa – sujeito é agente)

b.Um livro foi comprado pelo aluno. (Voz Passiva Analítica – sujeito é paciente)

c.Comprou-se um livro. (Voz Passiva Sintética)

Os termos em destaque nas orações acima têm função de sujeito. Veja: “um livro” era objeto direto na oração 1 e passou a ser sujeito nas orações 2 e 3.

5. Oração sem sujeito – Sujeito Inexistente.

Já sabemos qual a definição mais comum nas Gramáticas sobre sujeito: trata-se de um termo essencial sobre o qual se declara “algo”; porém, com razão, muitos estudiosos da língua acreditam ser equivocada essa definição. Basta verificar que, em nossa língua, existe a oração sem sujeito, portanto, não se pode afirmar que o sujeito é essencial; poder-se-ia dizer que o essencial é classificar o sujeito – esta, sim, uma afirmação que podemos fazer sem risco de errar.
Na oração sem sujeito, não um termo sobre o qual se declare algo; simplesmente, faz-se uma declaração, informa-se alguma coisa, trata-se de uma constatação. Tanto é assim que os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: não admitem sujeito, por quê? Porque se diz “chove forte”, constata-se o fenômeno natural. E se seguirmos a definição convencional de sujeito, procurando nesta frase sobre o que se está falando, chegaremos à conclusão de que se está falando do próprio fenômeno, que é expresso pelo verbo e não por um
substantivo ou pronome. Diferente seria afirmar “a chuva está forte”, aqui se está afirmando algo sobre “a chuva”.

Feita essa introdução, você deverá preocupar-se em perceber quais as estruturas verbais que representarão as orações sem sujeito. Fique atento  às estruturas e ao sentido.

Sempre encontraremos orações sem sujeito com o verbo HAVER, desde que ele esteja no sentido de existir, ocorrer (realizar), acontecer ou indicando tempo passado. Veja alguns exemplos:

Havia muitos curiosos na rua.
(HAVER - no sentido de existir)

um ano não nos encontrávamos.
(HAVER - indicando tempo passado)

II. Outras estruturas de oração sem sujeito

O verbo SER, quando usado para indicar circunstâncias ligadas a tempo, clima, distância e indicação de horas.

São 7 horas.
(SER – indicando horas, distância, temperatura)

Chovia naquela noite.
(Fenômenos da natureza)

Atenção também aos verbos FAZER e ESTAR, indicando circunstâncias relacionadas a tempo ou clima.

Fazia calor na sala.
(FAZER – indicando tempo passado ou clima)

Está 30o graus em São Paulo.
(ESTAR – indicando clima)

III. Concordância dos verbos impessoais - HAVER

O verbo HAVER, quando impessoal, não admite sujeito e deverá ser flexionado na 3ª pessoa do singular.

Havia muitos alunos na sala.(CORRETA)

Haviam muitos alunos na sala.(INCORRETA)

O verbo HAVER nem sempre será impessoal, pois ele poderá ser empregado como auxiliar nos tempos compostos será flexionado no plural, se houver um sujeito plural.

Os alunos haviam feito várias perguntas ao professor.

IV. Regra geral de Concordância Verbal: verbo concorda com o sujeito.

Existiam muitos alunos na sala.(CORRETA)
(Sujeito)

Existia muitos alunos na sala.(INCORRETA)

OUTROS VERBOS IMPESSOAIS

Os verbos que indicam FENÔMENOS DA NATUREZA são impessoais, não admitem sujeito e devem ficar na terceira pessoa do singular. É o que se ocorre com os verbos: chover, gear, nevar, trovejar, amanhecer, anoitecer, relampejar. Preste atenção ao verbo quando usado em sentido figurado; neste caso, ele concordará com o sujeito presente na oração:

“Choveram comentários sobre você”; na frase, o sujeito é comentários, por isso o verbo foi colocado no plural.

O verbo FAZER, ao indicar tempo decorrido, não admite plural, pois não possui sujeito, deve ser usado na 3a. pessoa do singular, tal qual o HAVER.

Faz dois anos que não o encontro.(CORRETA) – “dois anos” é
o objeto do verbo.

Fazem dois anos que não o encontro.(INCORRETA)

III. Verbos impessoais, formando locução verbal:

O verbo principal, o último escrito na locução verbal (auxiliar + verbo principal), será aquele a indicar qual deverá ser a flexão do verbo auxiliar: assim, se o verbo principal for um impessoal, o auxiliar também o será; se o principal for pessoal, o auxiliar concordará com o sujeito presente.

Deve haver questões mais simples. (Oração sem sujeito)

Devem existir questões mais simples.(Sujeito é “questões”)

Há de haver questões mais simples. (Oração sem sujeito)

Hão de existir questões mais simples.(Sujeito é “questões”)

VI. O verbo SER concorda com predicativo (representado por indicação numérica).

O verbo SER “escapa” da regra dos impessoais.

São 7 horas.

Amanhã serão 27 de março.

Eram 13 quilômetros até sua casa.

Devem ser 2 horas agora.

VII. Casos especiais:

1.Verbos em sentido figurado: concordam com o sujeito.

Choveram comentários sobre as circunstâncias do fato.
(sujeito)

2.Verbo TER usado como HAVER: torna-se impessoal.

Tinha muitas testemunhas no local.

3.Verbos PARECER e FICAR:

Parecia noite, de tantas nuvens escuras.

De repente, ficou dia.

4.Verbos BASTAR e CHEGAR + DE:

Basta de violência!

Chega de tanta confusão!


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